Curiosidades
Ratos Detectam Minas Terrestres
Na maior parte do mundo os ratos ainda são considerados pragas, mas em Angola, Moçambique, Tanzânia, Camboja, Laos e Vietnã eles estão sendo treinados para farejar minas terrestres e salvar vidas.
É isso mesmo, ratos farejadores e não cães.
Tudo começou por volta de 1990 quando o belga Bart Weetjens leu um estudo sobre gerbils conseguirem distinguir odores de explosivos em laboratório. Então pensou que o excelente olfato dos roedores podia ser útil para farejar minas terrestres.
Ele consultou o professor Ron Vernagen, da Universidade de Antuérpia e juntos chegaram a conclusão que a melhor espécie para essa finalidade seria o Cricetomys Gambianus, conhecido como rato gigante da Gâmbia.
A escolha foi feita devido a facilidade de aprendizado, tamanho, peso, longevidade e capacidade de se adaptar ao ambiente da região.
Devido ao seu tamanho e peso não correm o risco de causar a explosão de uma mina ao farejarem. Para detonar uma mina são necessários 5 kg e eles não passam de 1,5 kg.
O treinamento começa com 4 semanas de vida em uma Ong na Tanzânia, a Apopo (Anti-Persoonsmijnen Ontmijnende Product Ontwikkeling, em holandês, ou Detecção e Desenvolvimento de Produtos Antiminas Terrestres).
Esses bichinhos são muito bem tratados, recebem carinho, tem jornada de trabalho planejada de segunda a sexta-feira para não ficarem cansados, alimentação balanceada, diversão e cuidados veterinários.
Durante o trabalho recebem como petiscos banana e amendoim.
São aposentados ao ficarem mais velhos, entre 7 e 8 anos de idade e continuam sendo mantidos pela ONG que os treina. A maioria acaba morrendo de velhice. Nunca houve nenhuma morte durante a detecção de minas.
Graças ao trabalho desses bichinhos milhares de vidas humanas foram poupadas.
Dra. Anna Carolina G. Neves
Médica Veterinária
CRMV 13614
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